O Domador de Búfalos

Marco Bittencourt

Quando eu era mais novo, meu pai tinha um sério problema com ter problemas. Ele achava que qualquer complicação poderia ser resolvida com simples e puro esforço. Vivia dizendo: “Se você tem um búfalo, só precisa identificá-lo, domá-lo e depois acabar com ele”. Nunca fez muito sentido para mim. Eu nunca entendi direito. Mas esse era o lema da vida dele, um tipo de mantra. Até que parecia funcionar. Se algo estivesse errado, ele só tomava um tempo para refletir, domava o desgraçado do búfalo e depois matava. Talvez seja por isso que sempre admirei o homem. Ele tinha força de vontade. Para ele, era sempre uma questão de identificar, domar...
E matar.